segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Sorocaba - Saae inicia intervenções de proteção às adutoras na serra de S. Francisco

Técnicas e materiais utilizados são inéditos no Brasil; obras têm valor de R$ 15 milhões  

Adutoras - obras de proteção 2.jpg   Adutoras - obras de proteção 1.jpg

 Após as etapas de estudos geológicos, elaboração do projeto executivo e licitação para a contratação de empresa especializada, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sorocaba (Saae) deu início às obras de recuperação e proteção do sistema de adução de água bruta, na serra de São Francisco.

De acordo com o diretor-geral da autarquia, arquiteto Geraldo Caiuby, o trabalho teve início logo após o segundo acidente ocorrido, em janeiro de 2006, a exemplo do que ocorreu em 2004.

Desde então, o processo vem sendo desenvolvido, a começar pelos estudos geológicos daquela grande área, prosseguindo com o trabalho de desenvolvimento do projeto executivo, que soma mais de 500 páginas, e finalizando com o processo de licitação e a assinatura do contrato com a empresa vencedora", explica Caiuby

Ainda de acordo com o diretor-geral do Saae, o canteiro de obras da Geosonda, empresa de engenharia vencedora da licitação para essa obra, foi instalado em junho último, quando teve início toda a preparação das áreas que receberão as intervenções.

"O objetivo é proteger as adutoras nos trechos em que foi detectado maior risco de novos acidentes, com intervenções, técnicas e materiais diversos, alguns deles ainda inéditos no Brasil, utilizados em proteção de avalanches na Europa", enfatiza o diretor-geral do Saae.

Bastante complexas devido às dificuldades relativas a uma região de serra, as intervenções incluem chumbamentos, atirantamentos e amarrações com cabos de aço dos matacões (grandes blocos de pedras) que ameaçam as adutoras, além de aplicação de concreto projetado para a estabilização da encosta.

Também estão previstas duas proteções extras, no caso de ocorrer o deslocamento de pedras, mesmo com todas as medidas técnicas aplicadas: a implantação de amortecimento com vala de absorção de impacto e alambrado de absorção de energia.

"As valas terão aproximadamente 200 metros de extensão cada uma, com 12 metros de largura e 2,5 metros de profundidade, com caixa de brita, que amortecerão os blocos de pedras que possam vir a rolar, o mesmo acontecendo com os alambrados, que na verdade são redes flexíveis, constituídas de tela de aço especial, um material ainda não utilizado no Brasil e empregado, por exemplo, na Europa, na proteção de avalanches", detalha Caiuby.

As obras, que contratualmente têm prazo de um ano para serem executadas, representam um investimento de R$ 15 milhões, com financiamento de R$ 13,5 milhões pela Caixa Econômica Federal e contrapartida de R$ 1,5 milhão.